November 11, 2010

Um jovem de 18 anos e um menino de 13 anos entre a lei, o desejo e a (in)Justiça

Menino de 18 anos é preso após ser visto beijando menino de 13 anos, em cinema de São Paulo: http://bit.ly/ajdln8

Este caso mostra como a lei e a mídia impõe-se, muito rapidamente, aos LGBT que infringem os códigos legais. Lembremos, entretanto, que não participamos de inúmeras benesses legais e que jovens LGBT vivem suas sexualidades de forma escondida.

Não sei como avaliar a acusão contra o menino de 18 anos. A lei, por um lado, inibe abusos contra menores (de quaisquer gêneros). Mas a lei que se impõe e inibe violações é a mesma que exclui LGBT, impõe o silêncio à expressão-formação da sexualidade. Logo, a Lei, a priori, ao excluir vitimiza. Será que este "violentador" de 18 anos não é também vítima de uma exclusão legal e social que impõe a jovens LGBT reprimir suas sexualidades? (jovens que estão descubrindo e (per)formando seus desejos)

Não é suficiênte dizer que o jovem foi denunciado porque era gay (homofobia). Muitos crimes sexuais contra menores também são denunciados (muitos outros não são - certamente porque aconteceu entre héteros e com a conivência de olhares). A injustiça contra o jovem gay de 18 anos está na educação sexual sócio-familiar repressora que forma ambos, jovem de 18 anos e menino de 13 anos. A (in)Justiça está em se impôr, muito rapidamente, numa situção que transcorre num mundo que exclui, segrega e discrimina ambas trajetórias biográficas.